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Treino Aeróbio e Treino de Força – Rei e Rainha da Saúde Cardiovascular

Os benefícios para a saúde do treino aeróbio e treino de força não são segredo. De profissionais de saúde e do exercício, até influencers nas redes sociais, esse conhecimento é agora muito difundido.
Como especialistas em reabilitação cardíaca, no entanto, compete-nos elucidar sobre os benefícios desse tipo de exercício na doença cardíaca.

É conhecido que o treino de força promove benefícios expressivos no sistema músculo-esquelético, provocando aumento da força, da resistência e da massa muscular, além de aumento da densidade mineral óssea, sendo recomendado para a manutenção da saúde e da qualidade de vida de adultos e idosos. No entanto, quando se trata da saúde cardiovascular, até há alguns anos atrás, apenas os exercícios aeróbios eram recomendados. Entretanto, mais recentemente, o interesse científico cresceu em relação a esses efeitos e o número de investigações aumentou.

Deste modo, emergem alguns dados para apoiar a teoria de que o treino aeróbio e de força são rei e rainha quando se trata de vitalidade cardiovascular. Se ainda não se moveu pelo contributo deste tipo de exercícios na reforma da geometria cardíaca, tema também abordado neste Blog, detalham-se agora as especificidades do seu impacto nos marcadores inflamatórios, cada vez mais associados à evolução da doença coronária (desenvolvimento de placas de aterosclerose que interferem com a passagem normal do fluxo de sangue nas artérias do coração).

Na realidade, existe um aumento de evidência científica sobre o contributo da resposta inflamatória no processo aterosclerótico, que conduz ao enfarte do miocárdio. Por exemplo, a proteína C-reativa (PCR) é um marcador inflamatório que tem sido utilizado em diversos ensaios clínicos, nos quais mostrou uma relação de dose-resposta para doença cardíaca, que é independente de outros fatores de risco importantes.

Face a este novo paradigma, em 2018, estudo publicado no Journal of Science and Medicine in Sport, não se limitou a analisar os benefícios do treino combinado (treino aeróbio + treino de força, na mesma sessão) para a saúde cardiovascular em geral, mas também explorou um território não mapeado para este tipo de treino: os efeitos na resposta inflamatória e imunológica em portadores de doenças cardiovasculares.

A pesquisa acompanhou um programa de 24 semanas de treino combinado, duas vezes por semana, destinado a participantes com vários estádios de doença coronária.
Algumas descobertas importantes do grupo de treino foram as seguintes:

  • Aumento de 7% no VO2 máx (um marcador de aptidão cardiovascular);
  • Aumento de 20% da força máxima no exercício de Leg-Press;
  • Redução de 12% no colesterol total.

Mas não acaba aí. Ainda mais interessante foi o estudo de um subgrupo de participantes que se submeteram a mais testes para observar a sua expressão genética, inflamação e função imunológica após o programa. O estudo do subgrupo revelou que:

  • 2 038 genes foram afetados pelo programa de exercícios;
  • Todos os 2 038 genes foram associados à resposta imune e fosforilação oxidativa (como o corpo gera energia na presença de oxigénio, também conhecido como metabolismo aeróbio);
  • Houve um grande aumento de agentes antioxidantes, que contribuem para a redução da inflamação e da produção de radicais livres.

Então, qual o significado de tudo isto?
O exercício pode interromper a progressão (ou seja, os mecanismos) de doenças cardiovasculares em pessoas que já sofrem de doença arterial coronária.
Mais especificamente, o estudo fornece uma indicação significativa de que uma abordagem do estilo misto para o exercício físico pode aumentar a produção de energia e a função imunológica, bem como reduzir a inflamação – essenciais para interromper a progressão de doenças cardiovasculares.
Com base nestes dados, os programas de condicionamento físico da Team Cardio apostam de forma clara na associação de componentes de treino aeróbio e de força.

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